Eletrovento em Ação

Testes confirmam que máquina de fusão nuclear alemã funciona

Testes confirmam que máquina de fusão nuclear alemã funciona

Testes confirmam que máquina de fusão nuclear alemã funciona

Ao contrário das usinas nucleares tradicionais, o equipamento promete gerar energia por bilhões de anos usando o mesmo mecanismo do Sol

Energia nuclear pode dar arrepios quando pensamos em Chernobyl e Fukushima. Mas existe uma forma de gerar energia limpa, sem radiação e quase ilimitada.

Duvida? É só olhar o céu do meio dia. O Sol produz quantidades imensas de energia por meio da fusão nuclear – um processo muito diferente da fissão nuclear, usados nas usinas.

Agora, um reator na Alemanha promete imitar as reações solares – e os primeiros testes têm apresentado resultados promissores.

O Wendelstein 7-X é um grande donut de 16 metros de extensão, um reator de fusão chamado de “stellerator”, porque tenta imitar as condições das estrelas para fundir átomos e produzir energia.

Esse tipo de aparelho começou a ser pensado nos anos 1950, mas a versão alemã saiu do papel em 2015.

Os primeiros resultados de seu funcionamento saíram agora e revelam que o equipamento superou um dos maiores desafios da fusão nuclear: manter o plasma sobre controle.

Isso porque, para fundir átomos de gás, é necessário construir um grande forno, um mini-sol. O calor forçaria átomos a se aproximarem – apesar da rejeição que eles apresentam naturalmente, por terem carga elétrica do mesmo sinal.

A mistura resultante é o plasma, um estado da matéria nem sólido nem líquido.

O problema é que as condições para produzir esse plasma são tão absurdamente quentes que nenhum “donut metálico” aguenta a pressão sozinho.

A solução, pensada décadas atrás, seria manter o gás e, depois, o plasma, contidos por campos magnéticos, a uma distância segura das superfícies metálicas dos stellerators.

O que o W-7X conseguiu comprovar é que seus campos magnéticos de aprisionamento do plasma estão funcionando bem.

Os testes, publicados na revista Nature, mostram que a máquina está gerando campos magnéticos muito fortes e seguindo com uma precisão impressionante as expectativas dos engenheiros da parafernália. A taxa de erro, segundo o artigo, é menor que 0,001%.

O W-7X é diferente de outros reatores de fusão já inventados porque gera campo magnético em três dimensões, em vez de duas, como faz o modelo inventado na União Soviética, chamado tokamak.

Com os campos em 3D, o W-7X não precisa de corrente elétrica, é mais estável que outros modelos e já provou controlar tanto o plasma de hélio quanto o de hidrogênio.
Os testes foram feitos pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos, junto com o Instituto Max Planck de Física do Plasma, na Alemanha.

Eles usaram um elétron para percorrer o campo e delinearam seu trajeto com luz fluorescente, mostrando o formato de “jaula” do campo magnético do reator alemão.

É o primeiro passo, mas ainda não chegamos ao ponto de ter o primeiro reator de fusão realmente funcional. Isso só deve começar em 2019, quando o W-7X vai começar a usar deutério, um isótopo do hidrogênio, muito abundante nos oceanos terrestres. No início, porém, só vai gerar energia suficiente para se manter funcionando.

Aumentar a eficiência energética dos reatores é o próximo desafio, assim que eles estiverem fazendo fusão nuclear de forma satisfatória.

Se der certo, podemos ter conseguido a solução energética para a Terra por todo o futuro previsível. Afinal, juntar átomos de hidrogênio é o que o Sol faz há 4 bilhões de anos – e deve continuar fazendo pelos próximos 4 bilhões.


Comentário(s) (0)


Deixe seu comentário